sexta-feira, 29 de novembro de 2013

No tempo da Lulu

Outro dia esbarrei em um curioso aplicativo para celulares o Lulu, é bem "interessante", seria uma forma das mulheres poderem dar notas e comentários para homens. Coisa que nós homens sabemos que foi inventada muito antes de Cristo, porém a evolução da tecnologia propôs uma nova dimensão a coisa. Dimensão que acho até curiosa, pois já vi homens que estão com processos jurídicos contra o aplicativo, tudo bem sabemos que ser "taxado" de forma negativa é ruim, pois sempre achamos que somos muito superiores a realidade, porém como diriam os Manonas isso é uma "faca de dois legumes". As mulheres agora assumem a posição de curiosa e informam(ou indicam para amigas, ou não) sobre caras com quem saíram, se por um lado os homens sentem na pele como é ficar exposto(coisa que mulheres vem experimentando a anos, What'sApp é a melhor forma desta exposição), elas assumem de maneira segura e anônima, como é sugerido pelo aplicativo, a postura de babacas.

Sei que mulheres sofrem pesadamente a anos de toda forma de descriminação, que vai desde o cavalherismo lascivo, até a violência direta. A luta pelos direitos de igualdade são válidas, vejo mulheres que lutam de maneira brilhante pela igualdade e espaço em uma sociedade opressora machista, um exemplo é uma colega minha, a atriz Nadja Dulce, porém elas não usam métodos comprovadamente discriminatórios para ganhar seu espaço. Elas preferem com inteligência um tratamento igual, muitas vezes alertando de práticas que transformam a mulher em mercadoria.

O feminismo é uma ferramenta para igualação de gênero na sociedade, não pode ser confundido com práticas do FEMEN que só aceita mulheres para militar no padrão imposto de beleza, porém vejo muitas "feministas" aceitarem práticas discriminatórias no seu dia-a-dia enquanto sua dignidade necrosa em algum lugar. Sabe quando alguém vai a uma festa que mulheres entram de graça? Ou quando a exposição através do corpo feminino as transformam em uma mera mercadoria? Que tem validade até, pois se não ficar horas na acadêmia e conhecerem um bom cirurgião, inevitavelmente iram entender o significado da palavra flacidez.

Acho o uso do aplicativo até divertido, porém mulheres cuidado! Não confundam uma brincadeira com seus rancores antigos, sabemos que se o cara é um babaca então não vejo mal nenhum em alertar sobre. Mas é aquela coisa: Sei que todos anseiam por igualdade, mas cuidado, queremos ser iguais nas coisas boas, ou nas coisas ruins também?


Observação.: Tinha três avaliações no aplicativo (por algum motivo apagaram uma), e minha nota média até o momento da publicação é 6,0 e pela faculdade que estudo acho que não vou precisar de final.

2 comentários:

  1. Haha, muito bom Thiago! Parabéns pelo texto e pela forma de pensar.
    Realmente por anos temos presenciado "o machismo nosso de cada dia". Somos alvos de rankings, expostas a exibições do corpo feminino por toda parte para venda de produtos, promoção de eventos, entre outros...( na maioria das vezes um corpo photoshopado e idealizado) Confesso que minha curiosidade me fez baixar o app, (que me fez dar boas risadas). Mas não avaliei ninguém, nem apoio o aplicativo, pois não se deve responder ao machismo com femismo.

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    1. Concordo perfeitamente, não pode usar o feminismo da forma como é usado o machismo.

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