terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

E se o Fábio Porchat morresse...

Essa de hoje será de FICÇÃO, como toda história terá seus objetivos e argumentos:

Eis a "Dura" e o Porta dos Fundos de forma sátira mostram o que boa parte da população sente em relação a polícia. Fábio Porchat que está na ribalta brasileira é o protagonista e de forma simbólica dá tapa na cara da polícia fluminense, pois ele infelizmente não sabia que humor nem sempre é compreendido (por isso talvez Danilo Gentili prefira piada com minorias) e é ameaçado por certos senhores nas redes sociais.

Os jornais ao amanhecer comunicam: "Na madrugada da última terça-feira o humorista Fábio Porchat é morto a tiros na avenida Brasil no Rio de Janeiro, seu funeral está acontecendo no palácio da Guanabara e milhares de pessoas comparecem para prestar sua última homenagem. As autoridades farão comunicado oficial sobre o caso às dez da manhã."

Na sede da secretária pública de segurança o secretário pediu hoje de manhã a exoneração do cargo, alegou que por motivos pessoais precisa entregar seu cargo e não quer se pronunciar do caso, o novo secretário indicado oficialmente às dez da manhã de hoje diz que conduzirá e prenderá os culpados.

Na residência dos Porchat, o patriarca Fabio Ferrari Porchat de Assis triste e enraivado pensa em quem poderia ajudá-lo no caso. Entre um telefonema e outro, decide que após o sepultamento de seu rebento tornará essa sua Casus Belli e iniciará uma cruzada para ver os culpados presos. Liga para amigos, entre eles deputados, senadores e alguns figurões da política para resolver.

Os criminosos que se reuniram para determinar o que farão a respeito estão apreensivos, a comoção nacional é maior do que pensavam, "Aquele bosta era maior do que pensava." diz o corrupto e cabeça da operação Capitão Silva de Assis. Na operação ele usou a inteligência da polícia para descobrir hábitos do Fábio e armou uma cilada como tentativa de roubo ou coisa do tipo, para ele esse tipo de gente trás muita opinião para polícia, o que dificulta certas coisas que anda fazendo além de saber que mesmo se ele não matasse o Porchat a chance das provocações pelo humorista só aumentaria.

A operação foi digna do Tropa de Elite - aliás se fizerem filme sobre a morte do pobre Fábio com certeza podem chamar o Milhem Cortaz para o papel do Capitão Silva de Assis - rapidamente ao notarem o carro do Porchat, seguiram para confirmação e logo após a confirmação numa rápida manobra emparelham o carro e atiram contra o rapaz, o pobre Fábio é atingido três vezes e sua vida é tirada em segundos.

Nas semanas que seguem, a gigante pressão da opinião pública leva a polícia aos culpados. Eles se entregam e seus advogados apresentam um relatório tão grande quanto a Bíblia, nele tentam inocentar seus clientes com a alegação: "Que o oficial e seus comandados ao fazerem blitz na Avenida Brasil às duas e trinta de dois da manhã um carro da marca Peugout na cor prata atravessou a barreira em alta velocidade, logo iniciada a perseguição, os policiais em caráter de precaução deram ao homem que dirigia a ordem de encostar seu carro, como a determinada ordem não foi cumprida e o homem aumentou sua velocidade colocando em risco a vida das outras pessoas, por precaução deu-se um tiro de aviso e a ordem de parada foi anunciada novamente, como o homem que dirigia não parou disparos contra o carro foram feitos."

Mas para o governo a pressão está grande demais, isso pode ser a gota de água que faltava, o Rio de Janeiro que não continua lindo tornou-se palco de constantes manifestações. No intuito de diminuir os ressurgentes o governo exonera os policiais e os prendem. Porém é tarde demais, uma guerra de deposição iniciou, a mídia assustada toda hora troca de lado como a convém, a baderna toma conta das ruas. Nisso os políticos em Brasília estão votando em leis que tornará crime hediondo as manifestações, enfim com a morte do Porchat o Brasil acordou, infelizmente para o humorista tarde demais.

Agora respeitados leitores vamos voltar para a realidade, felizmente o Fábio ainda vive e esperamos que não se sinta intimidado pela violência anunciada e por muitos anos ainda nós faça rir.

Para mim é engraçado alguns policiais ficarem tão revoltados com a situação, pois alguns de seus colegas de classe fazem a mesma injustiça da qual acham que foram vitimados. Usam de sua arbitrariedade para generalizar classes, uma vez anos atrás quando abordado pela polícia perto da minha casa enquanto voltava da faculdade, fui parado de forma truculenta pela polícia, ao me alegar estudante e trabalhador disseram que vagabundo não tem estrela na testa. O que acontece é que o servir e proteger ainda existe, mas uma minoria de policiais corruptos não fazem isso, é compreensível alguns estarem sobre constante stress, a profissão que escolheram como muitas outras profissões estão nas piores condições possíveis, porém vale lembrar que nem por isso minha mãe professora pública nunca usou de sua atribuição para destratar, maltratar ou julgar qualquer pessoa com quem tem contato no seu trabalho.

Infelizmente diferente do Fábio nesta ficção nem todos os injustiçados(definição de inocentes que tomaram no cú) tiveram comoção nacional ou influência política para vê-los vingados, foram essas pessoas como o Amarildo ou o rapaz que algemado roubou arma da polícia e deu fim a sua existência, que todos os dias, seja por corrupção, seja por erro ou qualquer outro motivo banal que engordam a estatística.

As outras considerações tirem do próprio texto.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Mais bêbado que a Sheherazade...

Vosmecê conhece o senhorio? Fica lá na casa grande, às vez manda seu capitão-do-mato judiá deu. Aí sabe? Vem uns home e bate neu, prende eu no poste pra servi de exemplo prosoutro.

Se acha que o texto acima faz referência ao sistema colonial brasileiro ou que foi extraído de livros de história, poderia até ser, mas talvez possa representar bem o que aconteceu no Rio de Janeiro. Vamos aos fatos, muita gente fica insatisfeito com a violência pública. Eu sou uma destas, porém vamos listar primeiro os recentes acontecimentos. Um jovem tido como criminoso é preso com uma trava de bicicleta a um poste, relevante não? Agora vamos aos agravantes: ele foi atacado por grupo de justiceiros; deixado nú em seu cárcere medieval; torturado, sem falar nas outras injúrias que sofreu. Antes que venham me condenar, não defendo criminosos, só acho que seu juízo cabe ao governo. Ok! Vai falar que o sistema judicial é lento e blábláblá... Concordo também, só acho que grupos que se julgam acima de nossas leis são um problema, pois se são capazes de fazerem "a lei" com as mãos, são capazes também de criarem suas próprias leis.

Aí vem uma mulher que se diz jornalista, como estudante de jornalismo (e olha que nem sou dos melhores!) sei que um jornalista é um guardião da verdade e do interesse público (obrigado boa educação jornalística e a Hila Rodrigues), uma espécie de quarto poder, que deve relatar fatos no seu papel de jornalista. Agora se ele tem coluna, blog ou qualquer espaço particular para circular suas ideias, aí é outra história. Faz então desses espaços para mostrar sua opinião, pois ainda que jornalista é um cidadão e com direito de expressar sua opinião. Coisa que essa delirante da Rachel Sheherazade não soube fazer, usou e usa uma concessão do governo (sim os canais de TV são dele) em um telejornal em horário nobre na SBT para expor sua opinião. Infeliz ela não? Usar um espaço jornalístico para incitar violência e desordem pública. Acha que estou errado? Postarei os vídeos desta mulher com inclinações fascistas no final do texto, mas não perderei tempo com ela, o sindicato dos jornalista cuidará disso.

Agora vamos a posturas dos justiceiros, eles cansados de ver os roubos e outras violências resolveram por si só darem uma lição a um bandido. Engraçado porque não usam esse mesmo empenho para mudar a bosta da política, não se reúnem na câmara municipal para exigir do governo policiamento próximo aos locais que procuravam segurança entre outras medidas civilizadas. Vejo que todo mundo hoje em dia se coloca como dono da razão e esquece que os meios para fazer algo na legalidade pode parecer o mais difícil "pois não dá em nada", mas não vejo ninguém tentando fazer. Vejo quase todo mundo culpando a polícia, o governo, a falta de educação. O que não vejo é essas mesmas pessoas fazerem algo para mudanças, não precisa ser um protesto desorganizado e sem motivações claras. Pode ser participando mais da vida pública, frequentando mais associações de bairro, pensando em meios legais de se protegerem e manterem sua vizinhança segura. Acho que muitos filmes americanos deixaram nosso povo achando-se Clint Eastwood, porém tão cafona quanto o Steve Seagal.

Vivemos no Brasil um estado de crise e ressentimento pelo governo e a situação instalada. Temo que esses grupos de atacantes serão cada vez mais frequentes, pois abandonados pelo poder público algumas pessoas recorrerão a grupos de extermínio, igrejas e outros difusores de barbárie. Não sejamos assim brasileiros, lutemos com dignidade por nossos direitos. Perder nossa ternura e generosidade é algo terrível que nos transformará em um povo ruim e mal.

Agora uma mensagem aos nossos compatriotas:
-Brasileiros se não concordam com o governo, exijam mudanças. Se acham que a justiça é lenta, façam que ela não seja. Lutem pelo seu país meus amigos, mas dentro da legalidade, pois "homens de bem" não fazem atrocidades.