quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Mais bêbado que a Sheherazade...

Vosmecê conhece o senhorio? Fica lá na casa grande, às vez manda seu capitão-do-mato judiá deu. Aí sabe? Vem uns home e bate neu, prende eu no poste pra servi de exemplo prosoutro.

Se acha que o texto acima faz referência ao sistema colonial brasileiro ou que foi extraído de livros de história, poderia até ser, mas talvez possa representar bem o que aconteceu no Rio de Janeiro. Vamos aos fatos, muita gente fica insatisfeito com a violência pública. Eu sou uma destas, porém vamos listar primeiro os recentes acontecimentos. Um jovem tido como criminoso é preso com uma trava de bicicleta a um poste, relevante não? Agora vamos aos agravantes: ele foi atacado por grupo de justiceiros; deixado nú em seu cárcere medieval; torturado, sem falar nas outras injúrias que sofreu. Antes que venham me condenar, não defendo criminosos, só acho que seu juízo cabe ao governo. Ok! Vai falar que o sistema judicial é lento e blábláblá... Concordo também, só acho que grupos que se julgam acima de nossas leis são um problema, pois se são capazes de fazerem "a lei" com as mãos, são capazes também de criarem suas próprias leis.

Aí vem uma mulher que se diz jornalista, como estudante de jornalismo (e olha que nem sou dos melhores!) sei que um jornalista é um guardião da verdade e do interesse público (obrigado boa educação jornalística e a Hila Rodrigues), uma espécie de quarto poder, que deve relatar fatos no seu papel de jornalista. Agora se ele tem coluna, blog ou qualquer espaço particular para circular suas ideias, aí é outra história. Faz então desses espaços para mostrar sua opinião, pois ainda que jornalista é um cidadão e com direito de expressar sua opinião. Coisa que essa delirante da Rachel Sheherazade não soube fazer, usou e usa uma concessão do governo (sim os canais de TV são dele) em um telejornal em horário nobre na SBT para expor sua opinião. Infeliz ela não? Usar um espaço jornalístico para incitar violência e desordem pública. Acha que estou errado? Postarei os vídeos desta mulher com inclinações fascistas no final do texto, mas não perderei tempo com ela, o sindicato dos jornalista cuidará disso.

Agora vamos a posturas dos justiceiros, eles cansados de ver os roubos e outras violências resolveram por si só darem uma lição a um bandido. Engraçado porque não usam esse mesmo empenho para mudar a bosta da política, não se reúnem na câmara municipal para exigir do governo policiamento próximo aos locais que procuravam segurança entre outras medidas civilizadas. Vejo que todo mundo hoje em dia se coloca como dono da razão e esquece que os meios para fazer algo na legalidade pode parecer o mais difícil "pois não dá em nada", mas não vejo ninguém tentando fazer. Vejo quase todo mundo culpando a polícia, o governo, a falta de educação. O que não vejo é essas mesmas pessoas fazerem algo para mudanças, não precisa ser um protesto desorganizado e sem motivações claras. Pode ser participando mais da vida pública, frequentando mais associações de bairro, pensando em meios legais de se protegerem e manterem sua vizinhança segura. Acho que muitos filmes americanos deixaram nosso povo achando-se Clint Eastwood, porém tão cafona quanto o Steve Seagal.

Vivemos no Brasil um estado de crise e ressentimento pelo governo e a situação instalada. Temo que esses grupos de atacantes serão cada vez mais frequentes, pois abandonados pelo poder público algumas pessoas recorrerão a grupos de extermínio, igrejas e outros difusores de barbárie. Não sejamos assim brasileiros, lutemos com dignidade por nossos direitos. Perder nossa ternura e generosidade é algo terrível que nos transformará em um povo ruim e mal.

Agora uma mensagem aos nossos compatriotas:
-Brasileiros se não concordam com o governo, exijam mudanças. Se acham que a justiça é lenta, façam que ela não seja. Lutem pelo seu país meus amigos, mas dentro da legalidade, pois "homens de bem" não fazem atrocidades.


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